Carlos Daniel Jesus da Silva, de 18 anos, é um jogador da Seleção Brasileira de Beach Soccer, o popular futebol de areia. Como atleta, ele se fez nas areias de Copacabana, começando aos dez anos na escolinha do Flamengo. Aos 17, foi convocado para fazer teste no Botafogo e, na primeira temporada, já se tornou o capitão da equipe e ganhou o campeonato carioca de 2022. Aos 18 anos, em 2023, foi convocado para a seleção brasileira e tornou-se vice campeão da Copa América sub 20, disputada no Chile.

Como cidadão, Carlos Daniel tem a mesma determinação do atleta. Ele começou a trabalhar na PGE-RJ em 2020 como estagiário bolsista do programa da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA). Atuou como auxiliar administrativo no Centro de Estudos Jurídicos (Cejur) da PGE. “Eu amo trabalhar na PGE”, conta, ressaltando o “aaamo”. Ele se fez como FIA na PGE de 2020 a 2022. Mas em novembro de 2023 voltou já como servidor remunerado.

Até aqui, Daniel se fez com muita dedicação para conciliar sua paixão pelo futebol de areia, o estágio de trabalho, os estudos e a família. Nascido e criado no morro do Chapéu Mangueira, na Zona Sul, ele perdeu 2 irmãos para a violência cotidiana das comunidades do Rio, mas manteve a determinação para ajudar seus pais a criar uma empresa de transporte escolar e mudar para Botafogo, bem perto do clube em que joga. Com isso, ele chegou à faculdade de Fisioterapia que paga com o que ganha na PGE.

Agora, que precisou acompanhar a seleção brasileira num torneio da Conmebol no Maranhão, não teve dificuldades para conseguir que o Procurador-Geral do Estado, Renan Miguel Saad, o dispensasse do ponto entre os dias 18 e 29 de abril. E é com essa boa avaliação que conta e olha para o futuro e enxerga o fisioterapeuta. “Eu só me vejo formado na faculdade”, prevê Carlos Daniel que sabe que a vida de atleta tem data de vencimento.