O Procurador-Geral do Estado do Rio de Janeiro, Renan Saad, foi um dos palestrantes do segundo dia da 12ª Semana Internacional da Fondazione Magna Grecia. O evento, que terminou nesta quinta-feira (24), reuniu representantes dos setores empresarial, acadêmico e governamental do Brasil e da Itália, e foi realizado no Instituto Italiano de Cultura.

Segundo o Procurador-Geral, a temática do encontro é de fundamental importância para os dias atuais. Para Renan Saad, os crimes cibernéticos são motivo de preocupação para diversos países ao redor do mundo, uma vez que afligem não só o poder público, mas também toda a sociedade.

Em sua participação, o Procurador-Geral destacou que existe na atualidade uma ausência de discussão sobre a responsabilidade dos produtores de conteúdo na Internet na criação de camadas que evitem ilicitudes. 

"A Internet tem responsabilidade social enorme e não pode passar ao largo dos compromissos dela própria devido ao volume de crimes que ela pode vir a agregar", destacou Renan Saad.

O Procurador-Geral citou como exemplo a série "Adolescência", que, após forte repercussão, a página da produção inglesa em uma rede social criou filtros de proteção para que os adolescentes não se tornassem alvos dos mesmos tipos de problemas abordados na ficção.

"Em uma relação jurídica, via de regra, temos duas fases básicas: a da criação e a das consequências, com a execução. Todas as preocupações sobre os crimes cibernéticos, a violência contra a sociedade nessas ligações telefônicas onde ocorrem verdadeira extorsão e fraudes, tudo isso, não digo que poderia ser evitado, mas, certamente, se conseguiria algum nível de redução se fosse obrigado ou imposto ao produtor de conteúdo da Internet ou ao operador da rede mundial a responsabilidade de criar camadas de proteção para a sociedade, antes de iniciar com o produto", disse Renan Saad.

Além do Procurador-Geral, também participaram do evento o Secretário de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Victor César dos Santos; o Diretor da Direção de Investigação Antimáfia da Itália, Michele Carbone; o Advogado Antenor Madruga; o Diretor-Geral da Agência de Cibersegurança Nacional da Itália, Bruno Frattasi; o Chefe do Escritório de Inovações Tecnológicas e Segurança Cibernética do Banco Central, Aristides Andrade Cavalcante Neto; o Presidente da Fondazione Magna Grecia, Nino Foti; o Diretor do Instituto Italiano de Cultura, Marco Marica; o Presidente da Comissão Parlamentar pela Simplificação Administrativa e da Administração Pública, Francesco Saverio Romano; o Professor da Queen's University do Canadá, Antonio Nicado; e o Procurador da República de Nápoles, Nicola Gratteri, e o Presidente da Corte de Contas da Umbria, Antonello Colosimo.

Fundada há 40 anos, a Fondazione Magna Grecia é uma organização internacional sem fins lucrativos que se dedica ao desenvolvimento de estudos, pesquisas e projetos em setores econômicos estratégicos, além de promover diversos encontros ao redor do mundo. Na 12ª Semana Internacional, a entidade apresentou o recente estudo “O Desafio do Crime Organizado Híbrido”, elaborado pelo Diretor do Centro de Pesquisas em Cibercrimes, Antonio Nicaso.