A relação entre a crônica e o Rio de Janeiro foi tema de uma conversa, nesta quinta-feira (18/05), no Centro Cultural PGE-RJ, no Antigo Convento do Carmo, com o jornalista e escritor Joaquim Ferreira dos Santos. A palestra "A Crônica no Rio de Janeiro", foi mais um evento da série “Quintas do Carmo”, promovida pelo Centro de Estudos Jurídicos para debater assuntos de interesse nacional.
Jornalista há mais de quarenta anos, Joaquim trabalhou nos principais veículos da imprensa brasileira e publicou dez livros, incluindo a biografia da atriz Leila Diniz. Nascido no subúrbio do Rio de Janeiro, o escritor atribui a qualidade das suas crônicas à vivência na cidade e à experiência como repórter. O conhecimento sobre o Rio possibilita abordar as notícias e os assuntos do cotidiano de modo particular.
Para Joaquim Ferreira dos Santos, a crônica é sempre o reflexo do repertório de seu autor. O cronista deve ter um olhar diferente para os acontecimentos, sem ter medo de suas referências. O resultado é um texto repleto de leveza e personalidade.
Relembrando pioneiros da crônica no século XIX, como José de Alencar e Machado de Assis, e citando referências como João do Rio e Zuenir Ventura, Joaquim ressaltou que a linguagem acessível é a receit4a para atrair leitores. “A crônica é a melhor maneira de você começar a gostar de ler, porque o cronista vai escrever fácil. Ele quer que todo mundo leia", afirmou.
Ele recordou ainda a história da crônica no Rio de Janeiro. Para Joaquim, o gênero explodiu nos anos 1950, quando a capital fluminense era mais alegre e discutia seus assuntos e comportamentos. Com as redações dos jornais no Centro, o cronista deixava o escritório para andar pelas ruas e, quando voltava, escrevia sobre o que tinha observado com um olhar diferenciado de uma notícia pura e simples.
A conversa com Joaquim Ferreira dos Santos foi mediada pelo Procurador do Estado Anderson Schreiber, diretor do Centro Cultural PGE-RJ, e pelo jornalista Altair Thury, assessor de Comunicação da PGE-RJ.