A Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro (PGE-RJ) inaugurou, nesta terça-feira (16/5), a exposição “Raymundo Faoro – Os Anos e os Livros de Formação”, com obras que constituem a biblioteca do jurista doada à PGE. O foco da mostra é contar sobre a formação intelectual de Faoro por meio dos livros que leu entre os anos de 1941 e 1946, em Porto Alegre, ainda como estudante de Direito.
Presentes ao ato da abertura da Exposição, estiveram o Procurador-Geral do Estado Bruno Dubeux, o filho do homenageado, o Procurador do Município do Rio de Janeiro André Faoro, a ex-Procuradora-Geral do Estado Lucia Léa Guimarães Tavares, o ex-Procurador-Geral do Estado Letácio Jansen, o organizador da mostra, o antropólogo Paulo Augusto Franco de Alcântara, o Diretor do Centro Cultural da PGE, Anderson Schreiber, o Vice-Diretor Fabiano Pinto de Magalhães, e a curadora da PGE, Cecilia Fortes.
Antes da abertura da exposição, a PGE promoveu a palestra “Um Caminhar Por Livros”, ministrada pela Historiadora e Antropóloga Lilia Schwarcz, doutora em Antropologia Social e Professora titular da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Quem Foi
Raymundo Faoro foi jurista e escritor, e está entre os principais intérpretes do Brasil no século XX. Seu mais famoso livro, “Os Donos do Poder” (1958), mostra que a dominação patrimonial do Estado sobre a sociedade é um dos principais traços da história brasileira desde o período colonial.
Faoro foi Procurador do Estado do Rio de Janeiro aprovado no 1º concurso para ingresso na carreira, em 1963. Entre 1977 e 1979, foi presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil onde atuou em favor da redemocratização do país. Em 2000, Faoro foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Ele faleceu em 15 de maio de 2003.
Exposição
A exposição é fruto da pesquisa do curador Paulo Augusto Franco sobre os 20 volumes dos diários escritos por Faoro, entre 1944 e 1952, que ressaltou a paixão de Faoro pelos livros, no texto curatorial da mostra.
- Faoro constrói com os livros o mundo que deverá ler. Assim conhecemos um Machado meio gaúcho e um Tobias Barreto lendo Karl Mannheim. A leitura desmancha fronteiras e constrói parentescos improváveis. É assim que o Tolstói de Faoro poderá descrever, na companhia de Gilberto Freyre, o declínio das aristocracias rurais e a ascensão da burguesia urbana (em Porto Alegre).