Às vésperas da Copa do Mundo do Catar, o Centro Cultural da PGE-RJ recebeu nesta quinta-feira (29/09) os ex-jogadores Ricardo Rocha e Juan Silveira, para falar sobre “Histórias das Copas do Mundo”, em mais um evento da série Quintas do Carmo.
O encontro, aberto ao público, contou com a participação do jornalista e historiador Thiago Gomide e do Subprocurador-Geral do Estado, Rafael Rolim, como mediadores do debate.
Na sua fala inicial, o ex-zagueiro da seleção brasileira de 1990 e 1994 Ricardo Rocha relembrou os momentos marcantes que antecederam a Copa do Mundo de 94, quando, no primeiro jogo, sofreu uma lesão que o tirou da competição.
– Antes de sermos campeões em 94, fomos derrotados em 90 e passamos a maior parte das eliminatórias desacreditados. Isso só foi mudar em 93, quando passamos a entrar nos jogos de mãos dadas, como sinal da união do grupo - contextualizou o ex-jogador.
Segundo Ricardo Rocha, não é apenas de conquistas que se faz um campeão, “nós aprendemos mais nas derrotas que nas vitórias", emendou, alertando sobre o clima de oba-oba criado inúmeras vezes em torno da seleção brasileira.
Juan Silveira, que marcou sua carreira jogando no Flamengo, e fez parte das seleções de 2006 e 2010, concorda com análise feita por especialistas sobre a seleção de 2006, conhecida pelo “quadrado mágico” e, segundo Ricardo Rocha, ainda melhor do que a de 2002, campeã mundial.
– Criou-se um ambiente super exposto. Nós, jogadores, nos víamos obrigados a fazer treino físico para um público de 10 mil pessoas. Mudávamos a programação para atender às demandas do público e de marketing. Isso prejudica - concluiu o jogador que lembrou de uma série de fatores que contribuíram para que a seleção não obtivesse êxito na época, entre eles, a influência das redes sociais que intensificaram a superexposição midiática da seleção.
Perguntado sobre a famosa preleção da final de 94, Ricardo Rocha contou sobre a confusão que fez sobre os nomes dos japoneses, o que acabou virando fruto de descontração e ajudou os jogadores a encararem a tensão do jogo final. “No grupo tem sempre um mais falante”, comentou Juan Silveira, lembrando que na Copa de 2006 coube a Juninho Pernambucano esse papel.
Sobre a expectativa para a Copa do Catar, a dupla de zaga concorda que, devido a grandeza da história e dos jogadores, a seleção brasileira quando entra na competição é sempre favorita, porém, o experiente Ricardo Rocha pediu calma.
-Vamos pensar dia a dia, jogo a jogo- concluiu.